quarta-feira, 27 de maio de 2009

10 mil pessoas misturando religiosidade com paganismo – Cavalhadas 2009



Neste Domingo, Pirenópolis é palco de uma das grandes celebrações culturais do Estado de Goiás: as Cavalhadas.
A manifestação se estende até o dia 2 de junho e nós do Sem Reais, já em clima de festa, exploraremos a programação e deixaremos vocês, nobres blogespectadores, por dentro de tudo o que acontecerá por lá, além de mostrar em linhas breves a origem e a simbologia do evento. Aproveite e conheça mais sobre a cultura do seu estado.

Origem.
Uma das explicações para o surgimento da Folia do Divino remonta à Idade Média, quando reis alemães percorriam o território germânico angariando fundos para alimentar o povo em época de penúria. O trajeto dos foliões serve para recolher esmolas e chamar a população da zona rural para a festa.
Introduzida em Pirenópolis em 1826, pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, como um espetáculo chamado de "O Batalhão de Carlos Magno". Pirenópolis manteve forte esta tradição, uma porque os primeiros colonizadores desta antiga cidade mineradora eram, em sua maioria, portugueses oriundos do norte de Portugal, local onde mais se resistiu à invasão moura, outra porque o caráter centralizador da população dominante viu com bons olhos o efeito separatista entre as classes sociais. Porém o que mais motiva a população a manter viva a infindável rixa entre mulçumanos e cristão é a beleza do espetáculo e o prazer pela montaria.
A encenação, que é a expressão máxima do evento, se dá em três dias e é composta por músicas específicas, carreiras eqüestres coreografadas, diálogos, exercícios e torneios à moda medieval.

A festa.
As Cavalhadas de Pirenópolis, considerada uma das mais expressivas do Brasil, é um longo ritual de três dias seguidos, cujos preparativos começam uma quinzena antes, no início da Festa do Divino, que é marcada pela saída da Folia.



Os Mascarados.
Os Mascarados é tão grande atração quanto os cavaleiros mouros e cristãos. Conhecidos também como "Curucucús", por causa do som que emitem, são pessoas que se vestem com máscaras, roupas coloridas, luvas e botas. Mudam a voz ao falar e cobrem todo o corpo para que ninguém os reconheçam. Enfeitam seus cavalos com fitas, tecidos, plantas e tudo quanto a criatividade mandar. Tradicionalmente existe vários tipos. Os mais tradicionais são aqueles com máscara de cabeça de boi, seguindo pelos que usam máscaras de onça, máscara de homem, e mais recentemente apareceram aqueles com máscaras de borracha, com cara de monstro, desfocando um pouco a originalidade da Festa. Mas isso não diminui a beleza e o entusiasmo dos Mascarados, que já no sábado saem às ruas à galope em algazarra. Pedem com vozes fanhosas cervejas e cigarros aos transeuntes e divertem a população com suas acrobacias e brincadeiras.




Neste ano, a representação contará com as apresentações artísticas do grupo Vellozia e O Sinhô Mascarado.

Programação:

Sábado – 19 horas, na igreja Matriz
- Encerramento da novena
- Levantamento do mastro de 80 metros, com a bandeira do Divino
- Show pirotécnico de 18 minutos à beira do rio, próximo à ponte de madeira.

Domingo – 13 horas, no Cavalhódromo.
- Abertura das Cavalhadas, com desfile folclórico, cavaleiros mirins, mascarados, porta – bandeira e apresentações de congo e congada.

Segunda – feira – 13 horas, no Cavalhódromo.
- Batismo dos mouros pelos cristãos.

Terça – feira – 13 horas, no Cavalhódromo.
- Confraternização , com a retirada de máscaras, jogos e procissão até a Igreja do Bonfim para pedir proteção para as festas do ano que vem.
- Encerramento.

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